Sunday, January 30, 2011

Fallen


Indulgência

Como voltar a ter 17 anos pode ser tão revigorante. Ter amigos que o são não por conveniÊncia ou por meras afinidades mas porque são verdadeiras almas gémeas. Meu Deus, a sintonia perfeita ao lado das pessoas perfeitas é um verdadeiro paraíso na terra e irrevogávelmente contagiante.
Por uma noite fui a verdadeira cinderela, sem preocupações, culpa, consequências... medos! Ri, chorei, dancei, berrei e bebi... muito!

O Olhar

Falaram-me de um olhar. Um olhar diferente um olhar digno de livro, algo que demonstra todos os sentimentos que já nem pensamos possíveis de existir.
Eu vi esse olhar com os meus próprios olhos e gostei do que vi.
Por uma noite fui livre. Sem pressões. Sem expectativas. Livre.
Essa noite modificou-me para sempre.

E por fim... A queda.

Deixei-me levar pela corrente... deixei flutuar. Deixei-me acreditar na mudança, na força do "so-called" destino. Que bom para mim, eu merecia ser feliz, eu merecia ter tudo de bom. Vamos então dar uma oportunidade à vida de te mostrar tudo aquilo que ainda podes viver.
Não havia nenhum sitio para ir, nada de novo para conhecer senão a desilusão e o desespero. Nada mais do um cadáver mutilado, mas não o suficiente. Ainda havia alguma parte inteira demais. Naquele centímetro quadrado de pele sem cicatrizes ainda havia espaço para mais uma.

Ninguém me disse para me mandar de cabeça, ninguém me garantiu que alguém estaria aqui para ajudar a suturar. Pois não. Nunca ninguém me disse que iria correr tudo bem. Apenas ia correr.

Afinal de contas a mercadoria já era danificada, porque não parti-la toda de vez??

Então expludo. DESISTO!!! O meu copo não trasborda... EU ESTOU REALMENTE A AFOGAR-ME! E então a verdade revela-se. A verdade é que ninguém vive a minha vida por mim. Ninguém vive o meu inferno, ninguém sentiu as minhas dores apenas opinam sobre ele.
Deixa o melodrama, age como uma adulta.

E então comete-se um erro, uma escorregadela sem consequências. Um para-suicídio. A única maneira de voltar à tábua-rasa. E agora são todos juízes e carrascos? O eu pior juiz e carrasco sou eu que vivo constantemente com os meus erros. Mesmo aqueles de que era suposto ser protegida.
Ajudam-me a cavar a cova, mas eu fico enterrada sozinha. Muito obrigado pelo apoio incondicional... na hora de por a corda à garganta.

Friday, January 28, 2011

What do want from me?

As palavra estão na minha cabeça a muito tempo mas não se querem organizar. Geralmente, quando isto acontece eu procuro uma música que pura e simplesmente simbolize tudo o que eu não consigo exprimir, ou melhor quando não consigo criar um discurso coerênte. Por norma essas músicas surgem do nada. Posso já as ter ouvido antes mas nunca prestei atenção até a letra encaixar no meu estado de espiríto.

À dias que ando... qual é a palvra em português para "restless"?? Não interessa. à dias que ando restless, desassossegada. Tenho imagem, ideias, aspirações, medos a assaltarem-me a mente constantemente, provocando pausas catatónicas a meio de conversas, tarefas, telefonemas.

Criei um mundo muito intrincado a minha volta com uma série de personagens e papéis. Em certas alturas eu realmente era a personagem que criara para mim própria. A mulher, a filha, a amiga, o exemplo, mas nunca a mãe. A certa altura os papeis tornaram-se cada vez mais dificeis, a minha incontância, irreverência, rebeldia insurgiam-se contra o teatro que eu representava dia após dia. Volta e meia explodia. Deitava para fora ou melhor vomitava tuda a doença da condição que aceitava, entrava em paranóia com tanto fingimento. No fim voltava pôr a tampa e estava tudo bem outra vez.
Independentemente de tudo estava tudo controlado. Dentro do mau eu tinha um lugar-comum seguro, a maternidade.

Até que um dia, do nada e numa mera brincadeira, alguém pega num shot de Johnnie Walker Black Label e destrói toda uma muralha em apenas 40 minutos. As aspirações, a serenidade, avontade de converter em realidade a fantasia... Tudo acabou. Até a maternidade como estado de graça acaba. Como pode alguém entrar na nossa vida e deitar por terra um trabalho que exigiu sangue, lágrimas, sacrifício, almas despedaçadas, corações arrancados.

Ninguém entende o porquê de eu agora, tal como antes, não saltar de cabeça para a possibilidade de começar do nada, de correr riscos. De me dar ao luxo de sentir outra coisa que o som da estática a zunir no meu cérebro.
Porque agora, ao contrário de antes eu quis o sacrificio, a escolha foi minha para o bem ou para o mal. Como posso agora deixar-me levar por uma corrente que eu própria quis que nunca mais voltasse? Porque é que agora havia de querer um coração se de livre vontade arranquei o meu com as minhas próprias mãos e o queimei?

O meu mundo era outro e a estática que sintia era consoladora.
Agora... Só existe o caos! Um barulho insurdecedor, ansiedade, insegurança... Fragilidade.
Agora não sei quem sou. Não controlo as minhas próprias mãos... e vejo a minha vida a desmoronar-se a minha frente como um castale de cartas.
se quero voltar para o antes??? Sim, desesperadamente. Se consigo? Não. Se muda alguma coisa? Não. Agora só não consigo aguentar a dor sem sentir o meu corpo a rasgar-se, mas não grito. Nunca vou gritar.




Posso apenas esperar pelo vem por aí. Mesmo sabendo que não será o melhor.
Um dia talvez acorde infectada pela loucura e liberdade dos outros. Mas será que continuará a existir a hipótese de esta oportunidade ser plausível? Preciso de espaço. Preciso de me concentrar na série de pratos que tenho equilibrados a minha frente em vara fininhas. Deixem-me respirar!!! What do you want from me???