Tuesday, August 11, 2009

A mudança.

Que aconteceu..? de um momento para o outro tudo se transformou. Sempre pensei que era eu que era inconstante demeis, com demasiadas vontades, sem grandes certezas, à procura de qualquer coisa que me ajudasse a dar o passo em frente. À espera “do” milagre. Pliiim! Aconteceu!!
Pronto, agora que aconteceu faço o quê? Foi-me dada a oportunidade de começar de novo, algo que é dado a toda a gente várias vezes na mesma vida, =), nunca tinha pensado que eu pudesse sair do buraco em que estava metida sem ter que realmente me esforçar muito. Até isso me aconteceu. Não mexi uma palha para me salvar e mesmo assim a vida salvou-me na mesma. Não me sinto uma priveligiada. Soa um pouco a ingratidão, mas suponho que um quarto de vida a salvar os outros me me haveria de reservar um pouco de salvação para a mim mesma, independentemente de não ser da maneira mais previsível e fácil de lidar. Do not misunderstand me, não sou nenhuma Madre Teresa. Fiz mal a muita gente e principalmente fiz muito mal a mim mesma e aqueles que realmente me amavam incondicionalmente sem nunca ter o minimo de remorsos... Até agora, claro.
A minha busca incessante por aquilo que eu achava que me haveria de arrebatar da minha vida monótona e alheia nunca correu muito bem e o engraçado é que acabava sempre da mesma maneira eu com muita vodka, um maço de cigarros vazio, um choro convulsivo e alguém a gritar-me aos ouvidos “EU AVISEI-TE!!!”. Essa foi a mesma voz que gritou “ Se é do..., por favor aborta!” a voz da minha consciência ou quiçá do meu melhor amigo. Exactamente. Estou grávida. Vou ser mãe.
De repente tenho que mudar tudo o que existe em mim. Pondero a minha vida e as minhas capacidades, volta e meia os meus próprios limites. Uma decisão egoísta levou-me a total redenção, a umas ligeiras tréguas com a vida. Durante as primeiras semanas parecia que estava viver um sonho. Toda eu era paz e amor. Compreensão e entendimento. Que ironia. Quando percebi o que realmente significava aceitar de pleno coração a maternidade que de repente se apresentou a minha frente, percebi que tinha imensos problemas por resolver e que agora tinha um prazo muito escasso para o resolver. Os meus hábitos que aparentemente se tinham desvanecido, um desemprego que me enlouquecia, um pai (do meu filho) que despertava os pior sentimentos em mim, uma casa insuficiente e uma familia demasiado unida e controladora que não me daria descanso enquanto eu não fizese tudo a sua maneira porque afinal de contas eu não deixo de ter apenas 5 anos de idade e ainda mal sei caminhar.
Aah... o milagre da maternidade.
O instinto devanesse quando toda a gente me diz que eu tenho que ficar calma, que tenho comer muita frutinha, nada de noitadas em pleno verão e quando a pessoa com quem eu tenho mais intimidade é uma médica que adora enfiar-me coisas. Não comento. Se calhar não estou preparada para uma vida de biberões, fraldas, estrias, pedagogia e choros nocturnos, mas quem está?
Pelo menos não tenho vergonha de dizer “Se der muito trabalho devolvo”. Brincadeirinha.
De uma maneira ou de outra talvez agora pare de procurar algo que me arrebate e encontre a paz interior no desespero e nas dúvidas de fazer o melhor por alguém que desta vez realmente merece todo o sacrificio e então já não seja necessário procurar o Princípe Encantado, porque será impossivel igualar a perfeição imperfeita de um filho mesmo quando ele diz que nos odeia porque eu vou sempre achar que o estou a proteger. Talvez esta luta me traga as armas que eu preciso para finalmente ultrapassar e esquecer todo o rancor guardado ao longo dos anos e a culpa por tudo aquilo que achava que tinha feito a mais ou a menos.
Esta uma noite quente de Verão, buga beber uma aguinha e deitar cedinho? Nãoooooooo!!! Mas tem de ser.

And now I find I’ve changed my mind. This is my religion.

Agosto 2009 – Baby – 4 mesinhos.